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A vida ao redor

Post Vida ao redorConfesso que começar a escrever o texto de hoje me deixou por alguns segundos em dúvida.

Te conto o porquê!

Se falo de um assunto totalmente aleatório e não me conecto com o momento político e social, me sentiria “a alienada”. Mas se me posiciono, aí sim, você meu leitor querido vai pensar: ela é uma completa alienada!

Porém partindo da máxima: “bora lá ser quem se é e ver no que dá”, vamos lá.

O momento é delicado sim. Sinto uma vergonhazinha alheia.

Não era a situação política, econômica e social que eu queria estar vivendo nesse momento da minha vida, mas do mesmo jeito que não tem como ficar alheia eu não consigo ficar imersa.

Eu não sou uma conhecedora de história para poder defender ponto A ou ponto B. Me sentiria ridícula, e mega superficial, se viesse aqui nesse meu cantinho de mudança tecer qualquer comentário mais eloquente.

O que tenho visto é muita gente repetindo frases e declarações sem embasamento. Não foi a primeira vez e nem será a última. Eu não costumo levantar bandeiras… quem levanta bandeira sabe o peso dela no final da jornada, então o que procuro fazer é agir de acordo com o bom senso.

Se não tenho conhecimento o bastante, me informo e não me deixo contaminar pela primeira ideia ou discurso.

Tenho amigos dos dois lados e tenho para mim que quando pararmos de escolher lados, aí sim, iremos para frente. Fica parecendo um monte de siri, correndo da esquerda para a direita. Mas meu povo, se queremos progredir, é pra frente que se anda.

Eu não tenho competência para fazer discursos de qualquer plataforma, e fico me perguntando se todos que saíram às ruas lembravam dos planos de governo de seus candidatos, se lembravam em quem tinham votado para senador, prefeito ou deputado, se algum dia pararam para verificar se o seu candidato eleito estava cumprindo o que prometera e em caso de negativa o que fizeram para valer seus direitos de cidadãos?

Como eu disse, eu não tenho estrutura para discutir política ou economia. Me falta conhecimento e me sobra vergonha na cara.

Então, por que escrever esse texto?

Pois eu falo de mudança, e o que vejo é um monte de gente querendo mudar fora, quando dentro tá uma zona.

Eu arrumei meu guarda-roupa no domingo, sim, enquanto milhares estavam nas ruas eu estava arrumando meu guarda-roupa.

Alienada? Não, apenas percebi que se nem meu guarda-roupa estava em ordem, que moral eu tinha para exigir que arrumem meu país?

É bem por aí! Pedimos e clamamos o fim da corrupção estacionando em vagas de deficientes e idosos, quando não o somos. Não estou generalizando, o que estou te contando é porque eu acredito que a reforma é interna, que a mudança tem que ser feita dentro do nosso quintal, cuidar das nossas plantas, para poder sair e consertar a rua, depois o bairro, a cidade e por aí vai.

Mas Alessandra, você não está sendo utópica?

Se você acha isso, peço humildemente desculpas, mas acredito que estou sendo construtivista, me perguntando que pessoa eu sou para o meu país e não o contrário.

Vou cuidar do pedaço que cabe a mim, levar meu papel de bala na bolsa até achar uma lixeira, não estacionar em fila dupla, não parar no cruzamento, dar a vez ao pedestre, não cortar pelo acostamento, não falsificar recibo de táxi para pedir reembolso na empresa, não colocar os pontos das minhas infrações na carteira de motorista da minha mãe, pagar os direitos trabalhistas da empregada doméstica, declarar tudo no imposto de renda, não comprar CD pirata ou baixar as séries e livros na internet e por aí vai…

Não critico nem condeno quem foi para as ruas, nem critico e condeno quem ainda faça tudo isso aí que elenquei, porque eu também ainda faço, apenas eu não consigo mais falar uma coisa e fazer outra. Estou mudando internamente, me melhorando. Mas essa sou eu!!!

Tá tudo certo.

Mudar, como sempre falo, é um processo e não um evento.

Bora lá iniciar esse processo!!!