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Sonhos de infância

Sonho de infância

Quando lembro de mim criança, um sorriso automático e uma viradinha de pescoço para o lado esquerdo sempre acontecem.

Se tiver algum psicólogo de plantão, fique à vontade para analisar… é recorrente e após a lembrança a sensação é sempre de muita alegria e paz. (iupi!)

No sobre do blog eu comento que sempre quis ser jornalista, desde criança e é a mais pura verdade.

Quando os adultos me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse, respondia prontamente: jornalista.

Foi um sonho de criança realizado.

Meu mesmo, não foi imposição dos pais, opinião de irmão e nem influência de amigos, na época do vestibular lembro que metade dos meus colegas de classe foram para o direito e outros para a odontologia.

Eu queria mesmo era ser jornalista, escrever a verdade, fazer reportagens bem explicativas, levar a informação imparcial a todos, imprimir meu estilo de escrita e me realizar com matérias investigativas que elucidariam a todos.

Pois é, fui repórter do Caderno Por Conta Própria, da Gazeta Mercantil, caderno de pequenas empresas. Cobria feiras e eventos e às vezes era agraciada com uma pauta para fazer sobre alguma invenção, ou algum micro empresário que estava conseguindo resistir aos dois primeiros anos do seu negócio.

Depois fui assessora de imprensa e confesso, aquilo não era para mim. É uma profissão linda, mas tem que ter jeito para a coisa e eu definitivamente não tinha.

Ou seja, a adulta Alessandra realizou o sonho da Alessandra criança e simplesmente eu não me encontrei nele.

Teve o lado bom, claro, adorei fazer a faculdade de jornalismo, fiz ótimos amigos e estudei matérias muito importantes que uso até hoje e que me ajudaram na carreira de Change Manager, mas o sonho não era mais meu.

O que fiz?

Pedi demissão, peguei a rescisão e fui para o Canadá!

Quando me lembro dessa decisão é com a mesma reação: sorriso e cabeça viradinha e um olhar para a esquerda lembrando com carinho daqueles dois meses.

Voltei e mudei de área, de carreira, de rumo.

Se tinha medo?

Olha, queria aqui estabelecer um elo com você que está com medo de mudar, mas não será nesse post, eu não tive um milímetro de medo (não sei porque sempre acho que medo é medido em litro).

Foi tão bom mudar, eu tinha tanta certeza do que eu não era, que partir para uma nova estrada era a coisa mais sensata a fazer.

Não foi com pesar, não teve arrependimento, mas sim a constatação: o sonho infantil determinou o rumo de uma história que não me cabia mais, eu cito isso no final de um post que fiz no meu antigo blog (falei dele aqui): “o jornalismo é dedicação à escrita e a minha cabeça não esperava a próxima edição”.

Hoje sou grata àquela escolha, pois tenho muita facilidade para escrever, aprendi muito com bons mestres, trabalhei com profissionais admiráveis, mas penso também no quanto as pessoas ficam presas aos sonhos e promessas feitas num momento da vida, como se fossem cometer um pecado mortal descumprindo um trato que fizeram consigo mesmas.

Pode ser libertador para você ler aqui que eu aos 28 anos mudei de profissão e iniciei uma carreira muito bem sucedida como Change Manager e fui muito feliz.

Mais libertador ainda saber que sete anos depois eu mudei de novo, abri minha empresa e comecei a fazer eventos corporativos, treinamentos e dar palestras.

Mas não parou por aí, dois anos depois tive que voltar à Gestão de Mudança e deixei a empresa em stand by.

Sim, hoje você está lendo a continuação do sonho que tirei do stand by e agora estou no: “Run, Forest, run!”.

E o que eu posso te dizer disso tudo?

Bom, que sonhos são lindos de sonhar.

Podem ser lindos de realizar.

Mas que você não precisa ser refém deles. Sonhe outros sonhos, queira outras coisas, trilhe novos caminhos, todas as suas escolhas te compõem e você é dono de todas elas.

Se ficar por aqui, te conto em detalhes as mudanças que eu vivi. Elas podem te encorajar de alguma forma, ou apenas te fortalecer em seu propósito.

Falando em propósito, você já descobriu o seu? Eu já! Falamos nisso em um próximo post.

E bora lá sonhar novos sonhos!

Interrupções necessárias

Nesses 16 anos de comunicação e 12 de gestão de mudança me deparo, vira e mexe, com muitas pessoas querendo mudar.

Olho para elas e penso: já estão mudando, mas quem sou eu para contar?

Mudamos o tempo todo, nos empolgamos com pessoas, lugares, ideias. Mudamos e às vezes nem nos apercebemos disso.

Como sempre falo, mudança é um processo e não um evento isolado, um fato… muitas vezes a mudança começa bem antes da tomada de decisão e termina só muito tempo desse dia da consciência, pois como disse, é um processo!!

Há 5 anos comecei um blog, que durou exatos 3 posts!!!

Agora olho e me divirto, estou rindo contando isso a vocês!! (rsrsrs)

Mas os motivos que me levaram a criá-lo foram tão nobres e verdadeiros quanto os que me fizeram não continuá-lo.

Tudo tão certo!

Estou retomando o meu projeto de vida e criando um novo blog, esse que você está lendo agora. Pensei em revisitar o antigo, pois ele também me compõe… achei tão lindo tudo, parte de mim, ainda lembro da sensação de começar, a vontade de continuidade, mas lembro também da sensação do parar sem culpa e refleti: quantas partes de mim não revisito há tempos? Quantas partes lindas de mim deixei pelo caminho? Quantos projetos iniciados e interrompidos?

Não foi com olhar de frustração e nem de decepção que fiz essa reflexão, apenas constatei: tem muito de mim parado em muitos lugares de mim mesma.

Escrevendo pra vocês consigo organizar em palavras esses sentimentos soltos, e te faço uma proposta, ao final da leitura, pare também por cinco minutinhos e lembre de tudo o que você se empolgou no começo e não deu manutenção, ou naquele sonho sonhado e até iniciado que não foi para frente.

Acredito muito que temos condições de olhar o passado com gratidão e de forma amorosa e entender alguns porquês, assim como acredito também que possamos ser generosos com a gente e não nos julgarmos pelas interrupções, simplesmente não era para ser, por falta de pegada, incentivo ou disposição. Não era para ser.

Hoje eu consigo olhar para tudo isso e analisar de forma serena os motivos e razões. Algumas ferramentas de Gestão de Mudança de Vida me auxiliam nesse processo, técnicas adquiridas nos treinamentos de desenvolvimento humano me possibilitaram ver o ser infinito que sou e que posso dar conta de ver a minha sombra e trabalhar para que as coisas não se paralisem.

Vamos falar bastante disso por aqui. Quero dividir com você as ferramentas que eu uso nos meus atendimentos e as técnicas e metodologia usadas na gestão de mudança.

Mas o que quero compartilhar hoje é apenas o cabeçalho do meu antigo blog, que me fez ver o quanto que somos e que às vezes nem nos damos conta!!!

(Daí entra uma reflexão dentro da reflexão: se nem nós, às vezes, damos conta da gente, como pedir para que o outro dê? Mas isso fica para outro post. \o/)

Receba com carinho, da Alessandra de 2009, que ainda me habita o cabeçalho do promissor blog de 3 posts (rsrs):

Interrupções necessárias

“Quando eu venço o medo.
Quando eu encontro a coragem.
Quando eu ouço a música.
Quando a lágrima escapa.
Quando a dor aperta.
Quando o tempo separa.
Quando a cabeça fervilha.
Quando a boca se cala.
Quando eu vejo o mundo.
Quando eu descubro o mapa.
Quando o caminho é longo.
Quando chegar é a graça.
Não importa quando,
Eu sempre tenho algo a dizer.”

E bora lá que estamos apenas começando essa conversa!!